quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Reconquista do amor próprio

Depois de muito esforço, atingi o objetivo de 20kg a menos. Antes de mais nada, vou comentar como e porque cheguei a pesar 84kg, visto que meu peso ideal e habitual costumava ser 64kg, ao menos em meados de 2014.
Em 2015, enfrentamos um dilema com minha avó e ela acabou indo morar conosco. Optei por auxiliar nos cuidados com ela durante à noite e fui deixando a academia de lado. A situação permaneceu assim por alguns meses e após ela foi morar em um lar de idosos, mas eventualmente passava dias/semanas no hospital.
No final do ano, finalmente fui morar sozinha. Que maravilha! Podia comer apenas aquilo que gostava rsrs. Facilmente minha média mudou para 70kg.
Em 2016, minha avó veio a falecer, mas felizmente consegui a tão desejada bolsa do ProUni, porém, na Ulbra, lááá em Canoas. Trabalhava o dia inteiro, estudava todas as noites e dormia muito pouco, seria impossível fazer academia.
Em outubro de 2017, por conta de uma desilusão (dentre tantas que tive), tomei iniciativa e fui me matricular na academia, já que naquele momento estava sem emprego fixo e com mais tempo disponível (ao menos na teoria, pois estava concluindo a faculdade). Frequentava a academia, mas sem a devida dedicação e muito menos alimentação adequada...
Já em 2018, arrumei um novo emprego e entrei num relacionamento que, com o passar do tempo, foi se mostrando complicado. A pessoa me desestimulava em relação a academia e me incentivava a ingerir comidas extremamente calóricas vários dias da semana. Dizem por aí que quando o casal engorda é sinal de felicidade, mas, pra mim, não foi bem assim. Logo cheguei aos 80 e poucos kg... num patamar onde nem eu mesma me reconhecia. As roupas não serviam, eu não tinha muita vontade de sair, não gostava mais das minhas fotos de corpo (vide essas do comparativo, que jamais haviam sido divulgadas) e isso me deixou triste e depressiva, a ponto de considerar hipóteses ruins.
Em fevereiro de 2019, terminei o relacionamento. Minha vida estava conturbada: psicológico abalado, vida amorosa inexistente, desmotivação profissional, aperto financeiro e, pra somar, acabamos descobrindo o câncer de mama da minha mãe, que felizmente foi uma vitoriosa e hoje está bem, apesar dos efeitos colaterais dos remédios de longa data.
Nesta mesma época, comprei uma balança caseira. Ao colocar os pés em cima dela pela primeira vez, tomei um susto! 84kg e alguma coisa, não lembro bem. Percebi que precisava tomar uma atitude para ficar "bem" comigo mesma outra vez.
Respirei alguns dias e busquei reunir forças, lááá na minha essência, no meu ínfimo, encontrei aquela menina determinada que todos enxergavam em mim. Resolvi então me dedicar a algo simples que estava ao meu alcance e dependia exclusivamente de mim: meu corpo.
Então fui novamente me matricular na academia e já emendei um plano anual, para garantir que não desistiria, visto que isso afetava meu bolso, já meio escasso...
Inicialmente, a meta era simplesmente perder peso e voltar a me amar. Aos poucos, notei que seria possível voltar ao meu peso ideal e essa passou a ser minha meta até o final do ano.
Com muito exercício físico e mudança nos hábitos alimentares, consegui. Eis que a fênix ressurge das cinzas, mais uma vez (com o perdão da redundância). E sim, eu me amo novamente.
... e que toda mulher seja fênix, despertando mais forte e voando mais alto depois de quedas fatais. Que cada uma de nós possa amar-se, da forma que é ou busca ser, e conquistar o seu melhor. O meu, particularmente, ainda está por vir!

Viviane Lauck